Enquadramento regional

A Serra da Estrela é uma cadeia montanhosa onde se encontram as maiores altitudes de Portugal Continental, com o ponto mais elevado na Torre, com 1993 metros. A serra faz parte do Parque Natural da Serra da Estrela, a maior área protegida em solo português. Guarda e Seia são duas cidades que fazem parte do município da Serra da Estrela. Guarda é a capital do distrito e a cidade mais alta de Portugal, com 1056 metros de altitude². Seia é a segunda maior cidade do distrito e tem uma longa história ligada à serra, sendo conhecida como "A Porta da Estrela"³. Ambas as cidades têm um património cultural e natural rico e diversificado, que vale a pena conhecer.



Oliveira do Hospital é uma cidade do distrito de Coimbra, que faz parte da sub-região Região de Coimbra. O seu nome deve-se à presença de um hospital da Ordem de Malta, que recebia os peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela. A região tem vestígios de ocupação desde a pré-história, como se pode ver pelos monumentos megalíticos que existem em algumas freguesias. Também há provas da presença romana, como o anfiteatro de Bobadela, e da influência árabe, como a igreja moçárabe de Lourosa. O concelho foi criado em 1514 por D. Manuel I e tem atualmente 16 freguesias.



Carregal do Sal é uma vila do distrito de Viseu, que faz parte da sub-região Viseu Dão-Lafões. O seu nome deve-se às salinas que foram criadas por Francisco Lucas de Melo Pais do Amaral, da Casa de Santar, no século XVIII, para abastecer a região1. O concelho foi criado em 1836, por extinção dos concelhos de Currelos e de Oliveira do Conde2. A região tem vestígios de ocupação desde a pré-história, como se pode ver pelas antas e pelos achados megalíticos e pré-romanos3. O concelho tem também um importante património cultural, como o Museu Municipal Manuel Soares de Albergaria, que reúne obras de arte moderna doadas por vários pintores, entre eles Vieira da Silva e Carlos Botelho4.



Nelas é uma vila do distrito de Viseu, que faz parte da sub-região Viseu Dão-Lafões. O seu nome vem de Senhorim, que era a antiga sede do concelho, até ser transferida para Nelas em 1852¹. A região tem vestígios de ocupação desde a pré-história, como se pode ver pelos monumentos megalíticos que existem em algumas freguesias². Também há provas da presença romana, visigótica e árabe². O concelho tem um importante património arquitetónico, como os solares e as casas solarengas, que testemunham um rico passado histórico³. O concelho tem também uma forte tradição vitivinícola, sendo parte da região demarcada dos vinhos do Dão³. Outros produtos típicos são o queijo da Serra da Estrela e o azeite³. O concelho tem ainda as Caldas da Felgueira, umas termas com propriedades medicinais².



Travancinha é uma freguesia do município de Seia, situada no extremo poente do concelho, a 380 metros de altitude. Tem uma área de 12,66 km² e uma população de 387 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é 30,6 hab./km².

Travancinha tem uma história antiga, que remonta ao período pré-histórico, como atestam os vestígios de um castro e de sepulturas cavadas na rocha. Também a presença romana é evidente, pela existência de uma calçada romana que atravessa a freguesia. O seu topónimo, diminutivo arcaico de Travanca, indica uma remota antiguidade.

As primeiras referências escritas a Travancinha datam dos primórdios da monarquia portuguesa, quando a rainha D. Dulce e a infanta D. Mafalda compraram e doaram várias propriedades nesta terra. Travancinha foi também senhorio de algumas ordens religiosas, como a de Aviz e a de Santa Eulália.

A freguesia tem um rico património histórico e cultural, que inclui a igreja matriz dedicada a Nossa Senhora do Rosário, o pelourinho manuelino, o solar dos Condes de Avillez, o cruzeiro do século XVIII e várias capelas e fontes. A freguesia tem também uma forte tradição gastronómica, destacando-se os enchidos, o cabrito assado, o arroz-doce e o bolo torto.


Travancinha é uma freguesia do município de Seia, situada no extremo poente do concelho, junto à fronteira com o concelho de Oliveira do Hospital. Tem uma área de 12,66 km² e uma população de 387 habitantes (censo de 2021)1.

Travancinha tem uma longa história, com vestígios de um castro e uma calçada romana, além de sepulturas escavadas na rocha. Foi senhorio da rainha D. Dulce e da infanta D. Mafalda, que fizeram doações à Ordem de Aviz. Foi também um concelho com foral concedido por D. Manuel I em 15142.

O principal meio de subsistência em Travancinha é a agricultura, com destaque para a fruticultura, a horticultura e a produção de vinho e azeite. A freguesia tem também uma forte tradição na panificação, sendo famosos os seus bolos de canela, de mel e de azeite. Outras atividades económicas são a indústria, com algumas pequenas fábricas de têxteis e metalomecânica, e o turismo, com algumas unidades de alojamento rural e um património histórico e religioso interessante3.


O foral concedido por D. Manuel I foi um documento que reformou e sistematizou os antigos forais medievais, que eram as cartas de privilégios e deveres concedidas aos concelhos pelo rei ou por outros senhores. O foral manuelino tinha como objetivo uniformizar a legislação municipal, regular os impostos e as taxas, definir os limites territoriais e administrativos, e promover o desenvolvimento económico e social dos concelhos1.

D. Manuel I concedeu forais novos a mais de 500 concelhos entre 1496 e 1520, seguindo um modelo padrão que se adaptava às especificidades locais. Os forais manuelinos eram redigidos em português e ilustrados com brasões e figuras alegóricas. Alguns deles são considerados verdadeiras obras de arte.

Um dos concelhos que recebeu um foral manuelino foi Viseu, em 15 de dezembro de 1513. O foral de Viseu está guardado na Biblioteca Municipal Dom Miguel da Silva e contém cópias de documentos anteriores relacionados com os privilégios e direitos da cidade3.

Os forais medievais foram documentos que regulavam a administração, os deveres e os privilégios dos concelhos, concedidos pelo rei ou por outros senhores entre os séculos XII e XV. O número exato de concelhos que receberam um foral medieval é difícil de determinar, pois muitos desses documentos se perderam ou não foram registados. No entanto, segundo a Wikipédia, existem cerca de 1.100 forais medievais conhecidos, dos quais cerca de 600 foram reformados por D. Manuel I no século XVI1. Outra fonte indica que existem cerca de 1.200 forais medievais catalogados, dos quais cerca de 900 são originais e cerca de 300 são cópias ou transcrições2. Portanto, o número aproximado de concelhos com foral medieval pode variar entre 1.000 e 1.200, conforme as fontes consultadas.

Segundo o site da Câmara Municipal de Seia, o lugar de Casal, que pertence à freguesia de Travancinha, foi outrora um concelho com foral concedido por D. Manuel I, em Lisboa, a 21 de novembro de 1514. O foral manuelino de Casal está patente no seu pelourinho, que simboliza o poder e a autoridade municipais1. Segundo a Wikipédia, Travancinha também apresenta vestígios de um velho castro e uma calçada romana, além de sepulturas cavadas na rocha.

Não encontrei muita informação sobre a história do castro em Travancinha, mas segundo o site da Câmara Municipal de Seia e a Wikipédia, trata-se de um vestígio de uma povoação pré-romana que existiu na freguesia. O castro era uma forma de povoamento fortificado, típico da Idade do Ferro, que se localizava em locais elevados e defensáveis. O castro de Travancinha é um dos vários que se encontram na região da Beira Alta.

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